sábado, 31 de agosto de 2013

O ÁLCOOL NA ADOLESCÊNCIA


O
 mundo vai caminhando e por influência da mídia, das revistas, os jovens vão querendo se auto afirmar. E também por serem características próprias da idade. O cigarro e o álcool, apesar de todos os seus efeitos negativos, sempre foram usados como símbolo do machismo, de conquistas. As bebidas alcoólicas produzem no jovem dois efeitos, variáveis de acordo com a quantidade ingerida e as características pessoais: estimulante e depressor. Logo após a ingestão causa euforias, desinibição, facilidade para falar, sensação de poder.

Depois com a ingestão de mais álcool manifesta-se o segundo efeito: falta de coordenação motora, descontrole, violência, sono, podendo até chegar ao estado de coma. Daí o volumoso número de acidentes de motos e carros nos fim de semana causando mortes em muitas famílias.

Os hospitais estão cheios de fraturados e sofredores que saíram dos seus limites, transformando suas vidas em um verdadeiro inferno e a de muita gente. O alcoolismo atinge atualmente de 5% a 10% da população brasileira adulta. Mas os índices de consumo mais preocupantes estão ligados ao público jovem. Os jovens brasileiros estão começando a beber cada vez mais cedo: abaixo dos 14 anos.

Uma pesquisa recente da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), apostou que 5 de jovens entre 14 e 17 anos bebem uma vez por semana, consumindo cinco ou mais doses por vez; 24% bebem pelo menos uma vez por mês e 13% dos adolescentes brasileiros possuem um padrão intenso de consumo antes dos 18 anos. Os bares nos fins de semana de todas as cidades brasileiras estão sempre cheios de jovens adolescentes. O jovem que começa muitas vezes com um ’cervejinha’ com os amigos, sem se aperceber, daqui a pouco está sendo objeto de uma dependência que irá preocupar. A adolescência é a ante-sala do amadurecimento, é o verdadeiro prefácio do livro da vida. É a fase de irreverência e do protesto. Cabe aos pais vigiá-los, orientá-los através do diálogo para que não se percam.


Assim, está na hora da família olhar esse problema de frente. O dia-a-dia está banalizado e tudo gera violência. A naturalidade com que muitos pais olham seu filho bebendo sem controle e acham graça, permite que ele assim o faça tendo o aval dos pais.  O Brasil de hoje está difícil de ser corrigido.  Temos que ter uma geração com um sentido de vida, de ética, de sensibilidade para que possamos viver no futuro com paz e progresso.

MILTON HÊNIO NETTO DE GOUVEIA, nascido em 06 de maio de 1937, na cidade de Maceió, no bairro do Farol, no Parque Gonçalves Lêdo, onde até hoje mantém seu consultório pediátrico.