quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O ANO SÓ COMEÇA DEPOIS DO CARNAVAL?

Uma das frases mais repetidas no Brasil de dezembro até fevereiro é que “o ano só começa depois do Carnaval”.

Muita gente usa isso como desculpa para adiar o que tem que fazer, para justificar o que deixou de fazer ou mesmo para a boa e velha procrastinação.

Embora com certeza haja muita gente na praia curtindo merecidas férias, milhões de brasileiros estão trabalhando duro entre o réveillon e o Carnaval.

No Movimento Familiar Cristão de Maceió a Equipe Cidade não deixou de trabalhar em momento algum, nem mesmo durante o carnaval. A reforma da Sede, a manutenção do Blog, a preparação para a reunião do CONDIR/NE em Alagoas no inicio de abril, os preparativos para a participação de Alagoas no 17º ENA... foram motivos para a Equipe não parar momento algum.

No MFC, com o termino do Carnaval, voltam às reuniões de grupos, os planejamentos, as ações que deram uma parada neste período de natal a carnaval. Para aqueles que acreditam que “o ano só começa depois do Carnaval”, chegou a hora de arregaçar as mangas e fazer o Brasil progredir.

QUARTA-FEIRA DE CINZAS - QUARESMA

Pe. Sérgio Dinis


A cada ano, com a chamada Quarta-Feira de Cinzas, os católicos iniciam o tempo da Quaresma, tempo no qual a liturgia da Igreja Católica nos convida a uma reflexão e atuação sobre as nossas vidas, sobre o seu sentido, a sua origem, a sua missão, o seu destino último.

Trata-se, portanto, de um tempo forte para a metanoia ou conversão que – em teologia e vida cristã – significa uma adequação de nosso ser, existir e atuar à própria vida de Jesus Cristo, ao seu evangelho, aos seus valores, às suas convicções, à sua proposta de vida: gastar a vida ao serviço do evangelho, ou seja, a favor dos outros, especialmente dos mais necessitados, para obter a vida eterna, a vida feliz, a vida plena.

Por isso, a Quaresma é um caminho bíblico, pastoral, litúrgico e existencial, para cada crente, pessoalmente, e para a comunidade cristã em geral, que começa com as cinzas e conclui com a noite da luz, a noite do fogo e da luz: a noite santa da Páscoa de Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A Quaresma simboliza, assinala e recorda um passo, uma Páscoa, um itinerário a seguir de maneira permanente: a passagem do nada à existência, das trevas à luz, da morte à vida, do insignificante à vida abundante em Deus, por meio de seu Filho Jesus Cristo. E é que converter-nos significa destruir, deixar para trás, queimar, tornar cinzas o homem velho, o homem-sem-Cristo, para revestir-nos do homem novo, o homem-no-espírito, que é fogo novo no mundo.

Na quarta-feira de Cinzas, enquanto o sacerdote impõe as cinzas ao penitente, diz estas duas expressões alternadamente: Convertei-vos e acreditai no Evangelho e/ou Lembra-te homem, que és pó da terra e à terra hás-de voltar. Sinal e palavras que expressam a nossa condição de criaturas, a nossa absoluta dependência de Deus, o nosso peregrinar rumo a uma pátria definitiva, a nossa caducidade…

A Quarta-Feira de Cinzas em particular e a Quaresma em geral, são um tempo litúrgico e um convite a voltar nosso olhar e vida para Deus e aos princípios do Evangelho. Assim, se a Quaresma é tempo para a conversão, para melhorar no processo de humanização pessoal e comunitário, então a Quaresma coincide com a própria vida de todo crente, com o ser e missão de toda a Igreja e com a vocação da comunidade humana inteira.

A Quaresma é um convite a mudar aquilo que temos de mudar, na busca de ser melhor e mais feliz, um convite a construir em vez de destruir e a olhar e voltar para formas de vida mais justas, mais solidárias, mais humanas. A Quaresma é um convite a buscar diligentemente novas formas de ser e fazer Igreja, sendo melhores e mais autênticos discípulos do Crucificado Ressuscitado.

O tempo litúrgico da Quaresma – como a nossa própria existência – é percorrido com o olhar dirigido para a Páscoa da Ressurreição e para a Páscoa definitiva em Deus. Páscoa de vida abundante que se opõe a toda forma de discriminação e de envelhecimento do ser humano, da sua dignidade, a toda forma de atropelo e violência, a toda forma de mentira, maldade e morte, a toda forma de corrupção e divisão, a toda forma de marginalização e opressão. Porque a Páscoa, como ponto de chegada, cume e superação da Quaresma, é absoluta novidade de vida, da vida abundante que Deus nos oferece e à qual Deus nos convida neste tempo e em todo momento.